terça-feira, 1 de junho de 2010

OS MESTRES DA GARGALHADA
“Existe uma diferença entre um erudito e um sábio.
Enquanto um erudito escreve um livro,
na tentativa vã de explicar o gosto de uma maçã;
o sábio simplesmente a come...”
Uan
Conto Milenar de Origem Tibetana
Versão Contemporânea e Poética de Uan
O Contador de Estórias Extraordinárias

Em muitas festividades e especialmente nas feiras livres era comum encontrar aqueles três Lamas, conhecidos como os Mestres da Gargalhada. De repente se punham a gargalhar sem parar, e todos, mesmo quem estivesse concentrado em afazeres importantes, parava de pensar e se punha a gargalhar também. Era contagiante. A alegria passava a tomar conta de todas as mentes presentes. E para aquelas pessoas o dia se tornava uma dádiva. Voltavam para suas casas agradecidas por aqueles três velhos Lamas, pedindo a Deus que os abençoasse.
Próximo de sua morte, um deles pediu aos outros dois que quando morresse queria ser cremado com as mesmas roupas que estava, que suas roupas não fossem tocadas.
Foi assim que após alguns dias aconteceu o desenlace. E o velho e querido Lama foi acompanhado em seu cortejo fúnebre por todos os habitantes da cidade e das redondezas. Foi-lhe preparada uma pira crematória, onde seu corpo estava depositado, com as mesmas e intactas roupas, assim como pedira.
Eis que após as orações de despedida, os dois Lamas amigos atearam fogo ao corpo do velho Lama. No mesmo instante, fogos de artifício começaram a pipocar no ar, vindos do corpo em chamas. O Mestre da Gargalhada havia apresentado sua última performance. Tinha escondido em suas roupas a gargalhada para o desfecho final.
E claro todos começaram a rir muito e também a agradecer... Chorando de alegria...

Uan

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